Em 1º lugar ficou Jeovânia P. com o seguinte poema:
O amor de Iemanjá por Pipa
Iemanjá falou
Que de todos os mares
É por esse que ela tem maior apreço
Que mesmo que seus olhos não vejam
Ela brinca com os golfinhos
Toda manhã
Quando saí caminhando
Da praia do Madeiro até a praia do Amor
Ela não resiste
Se joga a brincar com os golfinhos
Quando pulam demais
Formam ondam
Para os surfistas entrarem na festa
E quando a tardinha cai
E ninguém nota
Ela pega um livro daquela biblioteca
Que fica na beira da praia
E vai contar histórias para todos os animais marinhos
Ontem
Ela sentiu vontade de escrever
Mas como não é poeta
Pediu-me ao pé do ouvido
Para transformar em versos
Seu encanto pela praia de Pipa
Em 2º lugar ficou Adaécio Lopes com o seguinte poema:
Os golfinhos me cantaram
Por falésias partituras
De noite as ondas claras
Transmutam energias, curas
Racham por flores, colares
Dentro de barcas escuras
Com fitas sebastianas
Nos braços dos habitantes
Que sonham musas and amas
No samba tudo a brilhar
Num braço de imã profundo
Muitas redes de sereias
Com suas guirlandas de mundos
Visagens por becos e bares
Casas de farinhas, escadas
Fotografias de guetos
Antiquários e arabescos
Micropontos oculares
Pipareando em coqueiros
Lagartos antigos e novos
Em plumagem incandescente
Vindo em balanços diversos
Juntos muitos descendentes
Inundando a Praia do Amor
Sobem então por ruelas
À Praça do Pescador
Entoam versos solares
Muitas cantigas lunares
Com grande fúria e fervor
Fantásticas criaturas
Transfigurando esculturas
De sangue, carne e pavor
Em festival a abrir pontes
Num bailado encantador
Por mentes corações montes
A alegria avivou!
Em 3º lugar ficou Jailma Felix da Silva com o seguinte poema:
Avistaram os portugueses
Uma pedra suntuosa
Seu formato de barril
Uma pipa esplendorosa
E ganhou dos europeus
Essa alcunha tão famosa.
Pinceladas de um artista
De divina natureza
Criaram tal formosura
Que o turista se embeleza
Se vê Pipa não esquece
E se encanta com certeza.
Em tuas águas e areias
Quantos amores selados
Quantas histórias e lutas
Quantos sonhos ancorados
Quantas idas e vindas
Quantos dias celebrados.
E por esse mar de beleza
Que inspira esse versejar
A gente te visita, Pipa
E volta sempre que dá
Preserva esse teu encanto
Que tão bem me acolhe tanto
Qu’eu não demoro voltar.
Menção honrosa para Shauara David com o seguinte poema:
Deslumbre
Na proa do barco na praia da Pipa
mantive o olhar hipnotizado
pelas quebras da maré cheia
nas pedras
da areia
escondida
coreografia magnífica
amansando
o branco da espuma
avançando
com força bruta
por debaixo do barco
respingando
água
em constante
dança
era Agosto
o mar parecia um pouco
mais poderoso
que de costume
não deixa de existir
o tal deslumbre.
Nossos agradecimentos à comissão julgadora do concurso, composta por João Batista de Morais Neto, Anchella Monte Fernandes e Carmen Vasconcelos.
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