O 2° Concurso Literário de Micro Contos foi um verdadeiro sucesso. A
participação foi muito boa e recebemos, além dos contos de muitos moradores de
Pipa, também trabalhos de autores de outras cidades, estados e países.
Entre a
de muitos, brilhou a maciça participação dos estudantes do CEP - Centro
Educacional Pipa; a decisão final da comissão julgadora, composta pela
escritora mineira Ana Elisa Ribeiro, o escritor e editor potiguar Carlos Fialho e o jornalista paulista Yuno Silva,
colocou quatro deles entre os primeiros cinco classificados, enquanto outros
ganharam uma menção especial. Vamos ver, então, quem ganhou o concurso
afinal!
As onças
por Clélia Maiza B. Silveira
Para mim, Pipa é um vilarejo. João e Maria passeiam quando de repente se deparam com duas onças pintadas. João jura proteger Maria até que a morte os separe. Na primeira oportunidade, jogou Maria para as onças. Correu e saiu ileso da situação.
- A morte nos separou!
Lembrança
por Abril Torrisi
Para mim, Pipa é um lugar lindo! Aqui morava meu irmão. Lembro que um dia ele ia caminhando, veio um caminhão e... Foi morar na Paraíba. Ele não gostava de caminhões.
(En) canto
por Ian David Macario C. Tenorio
Para mim, Pipa é cheia de encantos. Sereias saem à noite. Pena que cobram horrores para levar os desesperados às profundezas dos oceanos.
Para a primeira classificada neste concurso, a jovem Maiza, o premio será um jantar para duas pessoas no restaurante Tapas em Pipa. Aos segundo e terceiro classificado vai um bom livro e a camiseta do flipAut! 2014.
1º classificado
As onças
por Clélia Maiza B. Silveira
Para mim, Pipa é um vilarejo. João e Maria passeiam quando de repente se deparam com duas onças pintadas. João jura proteger Maria até que a morte os separe. Na primeira oportunidade, jogou Maria para as onças. Correu e saiu ileso da situação.
- A morte nos separou!
2º classificado
Lembrança
por Abril Torrisi
Para mim, Pipa é um lugar lindo! Aqui morava meu irmão. Lembro que um dia ele ia caminhando, veio um caminhão e... Foi morar na Paraíba. Ele não gostava de caminhões.
3º classificado
(En) canto
por Ian David Macario C. Tenorio
Para mim, Pipa é cheia de encantos. Sereias saem à noite. Pena que cobram horrores para levar os desesperados às profundezas dos oceanos.
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Para a primeira classificada neste concurso, a jovem Maiza, o premio será um jantar para duas pessoas no restaurante Tapas em Pipa. Aos segundo e terceiro classificado vai um bom livro e a camiseta do flipAut! 2014.
Menção honrosa para os seguintes contos:
Lembranças
por Laila de Vasconcelos Argon
Para mim, Pipa é uma terra de boas lembranças. Casei com um homem do Exército, ele venceu tantas e tantas guerras, muitas e muitas lutas. Mas não resistiu a uma única batalha, a pior e mais sangrenta de todas: o casamento.
[sem titulo]
por Fausto de Araújo Neto
Lembranças
por Laila de Vasconcelos Argon
Para mim, Pipa é uma terra de boas lembranças. Casei com um homem do Exército, ele venceu tantas e tantas guerras, muitas e muitas lutas. Mas não resistiu a uma única batalha, a pior e mais sangrenta de todas: o casamento.
[sem titulo]
por Fausto de Araújo Neto
Para mim, Pipa e seus habitantes, digo, seus últimos
resistentes, deveriam se encantar. Eles devem sair de lá, pois Pipa
já não pertence a mim, nem a você nem a qualquer outro homo sapiens. Desde a
Rebelião das Fadas e da Revolta das Tartarugas os Golfinhos e os Centauros
invadiram a Baía do Madeiro e o Castelo da Princesa, erguido na Praia
do Amor, encurralando assim a última tribo humana, formada por pescadores,
índios, dois veranistas e um casal de holandeses numa restinga logo
ali, onde ficavam as barraquinhas na beira-mar.
Tudo aconteceu naquela noite fria. A névoa que nunca
vem tomou conta da rua e do Santuário. Ela era densa e o som de um
atabaque seco dava um ar ainda mais misterioso. Então umas naves emitiram
raios e soaram as sirenes o caos se instalou. Do Chapadão surgiram
Gigantes, mas que logo foram derrotados pelos calangos, que àquela
altura eram do tamanho de Dragões de Komodo, que não soltavam fogo,
mas sim uma fumaça fedorenta que deixava tudo mais azul.
Pipa não é mais a mesma, mantém o nome de Reinado
Galático da Pipa por força de decreto. Já foi point, já foi praia,
mas como disse antes, Pipa deveria se encantar, ser sacada do mapa e
reaparecer nos arredores de Atlântida.
Guerreiro navegador
por Raimundo Muniz
Para mim, Pipa é mundo secreto de protagonistas com suas dúvidas, inquietudes, alegorias e alegrias. Conheci um desses: Geraldinho!
Avenida dos golfinhos, fim de noite. Não demorou muito para colher informações a seu respeito, pois vem de uma linhagem das mais antigas de Pipa. Filho de seu Francisquinho, cresceu no estaleiro da família, especializando-se na construção de barcos. Também possuiu uma barraca de praia, a Reggae Bar.
Estava com alguns amigos, quando ele chegou, com suas máximas e com seu jeito maroto. Menino do mar!
Logo estávamos com uma garrafa de cachaça nas mãos. Oferecemos-lhe, Geraldinho aceitou. Óbvio! Limpou a boca da garrafa e deu aquele gole!
– Essa é das boas! – disse. – Daquelas que lacrimeja as bochechas e nos faz arrotar! Sibaúma?
Despedimo-nos e fomos embora. De dentro do meu carro, vejo-o sentado na calçada, próximo à Praça do Pescador. Escuto-o conversando sozinho.
– Tenho que ir embora! Quem mandou misturar tantas bebidas? Tomei Campari, cana 51 e cerveja.
– Sibaúma? Como pode ser? Que cachaça é essa? Levantou-se e passou a subir a avenida. Ainda deu para escutá-lo.
– Sibaúma?
Passou direto, indiferente aos sons que ecoavam na boate. Perdi-o de vista. Deve ter ido dormir.
– Até amanhã, guerreiro navegador!
Eu menino-peixe
por
Rosângela Trajano
Para mim, Pipa é a lembrança do menino peralta que fui a brincar nesse mar azul de um azul nem céu nem olho de princesa, apenas o azul que pulsa na minha alma. E eu o menino de Pipa subi e desci ladeiras, naveguei nos barquinhos, bailei com os golfinhos, estive entre nuvens e areias claras com o meu sorriso meio tímido, meio inquieto, meio peixe que nunca sai do mar para ver as estátuas andantes na terra. Saudades, saudades me consomem, do menino que em Pipa brincava de inventar castelos de areia dentro e fora de mim, à espera de que o mar me trouxesse o gigante Adamastor ou algum encanto que navega meninos em seu entardecer de sol brando e quieto. Em menino saí com a minha bola a dá chutes para cima na esperança de que seu retorno me trouxesse um sonho, o de me fazer menino-peixe. São as lembranças de Pipa que me constituem feito homem que muito gostaria de voltar o relógio para brincar de ouvir tartarugas cantarem manhãzinha cedo. Em infância meus barcos navegavam em Pipa, hoje muitos barcos naufragaram em mim saudosos do menino-peixe que abandonou seu gigante, o gigante mar de Pipa, assim foi e será para mim.
[sem titulo]
por Ester Carmen Albert
Para mim Pipa vibra em cada rua, em cada silencio. Em cada espaco algo novo... a busca, ... sempre a busca.
Jovens que chegam abertos ao encontro com muita energia, com muito despreparo e criando em liberdade e sem pressa vivem sonhando um futuro diferente de amor, paz e o dinheiro que alcance até o sol raiar.
José veio com a sua Maria e pouco tempo depois chegou a criança.
As estrelas sorriram, a chuva os purificou, a cidade abriu suas portas e os três cresceram ao aconchego do inesperado.
A crianca se perdeu num beco empedrado e todos os coracoes o estao procurando, cada um a seu jeito, a seu ritmo, de olhos abertos ou fechados, de dia ou de noite, num amigo, numa arvore, num artista.
Detrás de cada esquina todos esperam encontrar a criança.
A criança foi marcando seu caminho, as vezes com pedras, outras com amor, fé, solidariedade e todos aqueles que encontrem ele sortearão as pedras e abrirão os corações para lhe dar um lugar.
Para andar juntos ate a luz, e levar a esta, nossa Pipa ao reino da paz.Andou pelas ruas, andou pelas praias e sem fazer barulho ficou escondidinho na alma pipense.
[sem titulo]
por Cefas Carvalho
Pipa para mim é o lugar onde escolhi para morrer. Quando saíram os exames detectando o câncer incurável e os seis meses de vida, decidi me desfazer de tudo, abandonar a fumaça e o estresse da cidade grande e passar o resto da minha vida na idílica praia que havia ido muitos anos antes, em rápidas e inesquecíveis férias. Instalado na Pipa e em paz com meu destilo, entre canções e golfinhos, sol e comidas, conheci Helena, que também havia abandonado a megalópole para viver a paz da Pipa. Foi encanto imediato e em poucas horas estávamos como amantes de longa data. Revelei a ela meu segredo, minha doença, e ela fez pouco caso daquilo. Vamos viver intensamente o tempo que você tiver de vida, sorriu. E, assim os seis meses se tornaram alguns anos, de amor, carinho e dedicação mútua. Hoje, dez anos depois do diagnóstico da doença, Pipa para mim é meu paraíso e meu inferno. Este último, desde que um motorista imprudente tirou a vida de Helena, há um par de anos, na rua principal da Pipa. Em solidão, abençoado pela beleza da praia conto os dias para que a doença me leve desta praia e desta vida...
Parabéns aos que ganharam e obrigado a todos os que participaram.
Viva Pipa, viva a leitura, viva o concurso literário de micro contos !!!
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