sexta-feira, 21 de março de 2014

Os melhores micro contos do Concurso 2013


O 1º Concurso de Micro Contos "Pipa, um paraíso... em 213 palavras" foi um verdadeiro sucesso e contamos com a participação de pessoas de todas as idades do município, de Natal, de outras cidades do Brasil e até do Exterior.
A seguir uma seleção dos melhores contos escolhidos pela comissão julgadora, composta pelo jornalista Yuno Silva e a escritora Ana Elisa Ribeiro: todos eles passaram para a segunda fase do julgamento.

Sonho
por Giovanni Tomas Spina Juares, 12anos

Pipa, um paraíso onde João encontrou o seu amor Marisa. Se casaram e tiveram filhos, uma casa maior e cachorros. Eles morreram e João se separou. – Acorda João! Você vai chegar atrasado à escola.

Rick Grimes
por Gabriella Fidelis, 13 anos

Pipa, um paraíso. Onde ele vive solitário e toda madrugada vai ao cemitério. Tem o trabalho de cavar a cova dos novos mortos e dá-lhes uma machadada na cabeça. Assim, os zumbis não irão acordar.

Barulhos noturnos
por Clelia Maiza Barbosa Silveira, 12 anos.

Pipa, um paraíso. Os gatos e cachorros tomam conta do povoado. Nas noites sombrias e escuras, guerras entre eles. Até que um dia um “monstro” assustador começa aterrorizar a todos. Seu uivo terrível perturbava os felinos e os cães que habitavam na região. Mas um dia cansei de não conseguir dormir à noite, peguei minha espingarda e fui até o local de onde vinham os barulhos e uivos. Ao chegar, abri a porta e me deparei com o velho Antônio sofrendo com dor de dente.

Piquenique
por Nathaly Silva, 14 anos

Pipa, um paraíso. Até dois índios resolverem fazer um piquenique na praia apreciando as ondas do mar. Mas os surfistas não gostavam dos índios e resolveram ir até lá, pois não queriam ninguém poluindo a praia deles. Já era noite. Chegaram mais índios e decidiram fazer um luau na praia. Os surfistas ficaram olhando os índios de cima de uma barreira e tiveram a ideia de fazer medo a eles para que eles saíssem da praia. Porém os indígenas também tiveram a mesma ideia. Os surfistas não pensavam mais em nada. Só descer para assusta-los. Ao chegarem lá caíram no poço que os índios tinham preparado. E os nativos dançaram felizes.

Paraíso
por Makarios Mulenga, 13 anos

Pipa, um paraíso. Um lugar onde conheci a minha amada. Quando o pai dela ia pescar, eu aproveitava para paquerá-la. Até que um dia ele descobriu. Foi no dia em que o conheci. E até hoje me arrependo, pois daquele dia, no lindo paraíso, só ficaram sequelas.

O lobisomem
por Agustin Gabriel, 13 anos.

Pipa, um paraíso. Neste lugar um lobisomem assombrava as matas. E apenas um homem que passava na hora viu aquele “negócio” preto e cabeludo de olhos vermelhos. O homem correu com muito medo até uma rua iluminada. Ao olhar para trás o bicho havia sumido. No dia seguinte contou para todos na comunidade, mas ninguém acreditou nele. Depois disso, ele evitou sair à noite para não ser morto.

O pescador
por Thiago Melo, 15 anos.

Pipa, um paraíso. Neste lugar um pescador consertava seu barco todos os dias a meia noite. Mesmo em dias de tempestade ou fortes ventos. Até que o temido monstro dos mares atacou sua cabeça. Ele não ia mais perturbar os moradores com o batuque do martelo.

A mala
por Luiza Victória Fontoura, 13 anos.

Pipa, um paraíso. Toda manhã ela vai à praia dos golfinhos. A tarde sempre vai caminhando até o Chapadão com suas amigas. Numa dessas tardes, elas encontram uma bela mala na areia. As meninas começaram a brigar entre si para saber com quem a mala deveria ficar. Até que uma delas consegue pegar e fugir. Ao chegar em casa, toda feliz, abre e dentro só encontra ossos humanos.

O cão do inferno
por Johnatan da Conceição Mendes, 14 anos

Pipa, um paraíso. Mas nem sempre foi assim. Um monstro de olhos vermelhos, três cabeças, três chifres, rabo que é uma cobra, assombrava as matas, às noites, e as encruzilhadas nas madrugadas. Apenas um garoto viu o monstro devorando uma cabra. Ao se deparar com a cena, correu para casa e todos escutaram os latidos assustadores e ficaram com muito medo.

Os casais
por Brunna Müller,13 anos.

Pipa, um paraíso. Porém todo paraíso tem seus mistérios. Um casal foi explorar o lugar. Pegaram seu barco, passaram horas e horas navegando. Quando viram dunas, falésias e a praia foram até lá. Na praia não havia ninguém, nas dunas não havia também. Já nas falésias encontraram duas pessoas, um homem e uma mulher. Foram até eles. O homem era louco e a mulher era um zumbi. O casal de viajantes foi convidado pelos estranhos habitantes para jantar. Ao entrar por um túnel estavam lá todas as pessoas ditas desaparecidas, pois faziam parte de uma seita secreta.

O sequestro
por Luiza Inácio da Silva, 12 anos

Pipa, um paraíso. Neste lugar morava uma menina chamada Paloma que estudava muito longe e para ir à escola passava por uma mata muito esquisita. Certo dia, voltando da escola, foi sequestrada e levada para dentro do mato. Depois de vários dias foi encontrada morta. Esta menina toda noite passa pelas ruas de Pipa arrastando uma corrente e gritando, pedindo por socorro desde que morreu.

Quem será?
por Luan Teixeira, 11 anos

Pipa, um paraíso. Todo dia passava um homem pela rua escura. Eu ficava olhando da janela e sempre me perguntando quem será? Uma noite peguei o meu machado e sair para ver o que era. Era o seu Matias. Mas por que aquele pelo? Era que tinha acabado de cortar o cabelo.

Barulho estranho
por Cauê de Melo Costa, 12 anos.

Pipa, um paraíso. Da casa sombria dentro do matagal escutei ruídos e gritos. Parecia algo grande, continuei caminhando até que me deparei com um zumbi. Corri muito até que ele me encontrou. Quando pensei que estava tudo acabado, ele só queria saber onde ficava a lanchonete mais próxima.

Salmão
por Lucas Melo, 11 anos

Pipa, um paraíso. Um dia na praia vários surfistas surfavam nas ondas muito boas, até que de repente eles viram uma barbatana na água. Todo mundo saiu correndo da água com a maior rapidez. Depois de um tempo todos se perguntaram: o que era aquilo? Passou um mês e ninguém queria entrar na água, pois todos pensavam que era um monstro marinho. Mas um jovem foi ver o que era. E encontrou um tubarão perguntando onde tinha salmão.

Cachorros
por Marina Luna d’Emília, 11 anos.

Pipa, um paraíso. Medroso, tímido, charmoso. Cauê, como de costume, foi comprar carne para seu cachorro. Ao sair do açougue ele viu os quinze cães da dona Francisca. Nesse momento, começou a andar, nem deu dois passos, e os animais começaram a correr atrás dele. Cauê correu alguns minutos até que se cansou, parou, jogou a sacola com a carne. Então percebeu que os cães não estavam lhes perseguindo e sim um gato que estava bem a sua frente.

A bruxa do bem
por Maria Luiza Oliveira Lovato, 11 anos.

Pipa, um paraíso. Neste lugar vive uma menina misteriosa que todo dia de madrugada vai para um campo cheio de mato. Ninguém sabia o que ela ia fazer lá. Todos estavam muito curiosos. Algumas pessoas começaram a investigar e foram ao local em que a menina estava. Ao chegar lá a viram mexendo um enorme caldeirão. Ao ver essa cena voltaram para casa com medo e começaram a espalhar a informação que a garota era uma bruxa. No dia seguinte os homens do povoado foram caçar a bruxa. Ao invadirem a casa viram que a menina estava fazendo sopa para os pobres.

Paraíso
por Pedro Teodoro da Silva, 14 anos.

Pipa, um paraíso. Quando cheguei aqui, Pipa era apenas uma vila de pescadores que viviam da pesca. Não havia nada na vila. Passado alguns anos, Pipa se transformou numa das praias mais conhecidas com pousadas, barracas e restaurantes.

O gato
por Paco José Doval, 12anos.

Pipa, um paraíso. João estava caminhando e encontrou um gato morrendo de fome e resolveu comprar ração para o animal e fez a maior confusão, pois a ração custou cinquenta reais. Não foi suficiente o amor. João levou o gato para surfar e o gato pegou uma onda imensa. Ao ver gato surfando gritou: Pipa, paraíso!

O amor destruído
por Larissa Gomes de Melo,11 anos.

Pipa, um paraíso. Neste lugar havia o amor de João e Joana. Eles prometeram se amar na doença e até depois da morte. João viajou para o Paraná. Joana foi em busca de seu amor. Viajou dois dias no ar para se encontrar com João no Paraná. Mas quando chegou lá, encontrara João e uma loira com um vestido branco. Percebeu que ele estava se casando. Com seu coração partido e ferido voltou para Pipa.

Realidade
por Nathan Ginane, 11 anos.

Pipa, um paraíso tropical onde tudo acontece. Certo dia os surfistas estavam pegando várias ondas. Quando de repente um deles, o João, fala: - Olha o homem morto! Acorda e observa que o mesmo homem está morto ao seu lado.

Coração desiludido
por Lívia M. Ferreira

Pipa, um paraíso onde casais como Gabriel e Ana se encontravam todos os dias e juram nunca trair um ao outro. Até que certo dia Ana vai se encontrar com Gabriel, mas ele não apareceu ao encontro e ela decidiu ir atrás dele e o vê com outra menina. Fica triste. A partir daquele dia Ana nunca mais conseguiu amar ninguém com medo de ser traída outra vez.

Mais um dia de pesca
por Antonio Mori, 12 anos.

Pipa, um paraíso. Lá vive uma família de pescadores. Foram ao mar pescar, como faziam sempre, para sobreviver. Ao chegar em alto mar, o pai falou: - olha a oooonda!!! No dia seguinte a família apareceu boiando na praia.

Dentista pavoroso
por Lorena Rebelo, 13 anos

Pipa, um paraíso. Neste lugar eu passeava todo santo dia pela rua do consultório do dentista e ouvia barulho de serra elétrica e gritos de pavor. Certo tarde tive que ajeitar meu aparelho odontológico, morrendo de medo fui. Ao chegar, sentei e fechei meus olhos com receio, mas percebi que ele não fez nada, só fez ligar a TV na série “massacre da serra elétrica”.

Curiosidade
por Ágata Nivana Brandão Souza

Pipa, um paraíso. Nesta pequena vila uma menina queria saber como era o Santuário Ecológico à noite. Então foi. Quando a van parou ficou com medo de entrar, pois estava muito escuro. Resolveu esperar outra van passar para ir embora. Neste instante, viu um homem correndo e pensou que iria ser assaltada e ficou com muito medo. Mas era só o vigia com dor de barriga procurando o banheiro.

Assaltados por aí
por Eon Evans, 13 anos.

Pipa, um paraíso. Aqui temos vários mercados e negócios. Aconteceu de repente na casa de farinha um assalto com homens fortemente armados. Era noite, um dia calmo. Foi estranho ser assaltado aquela hora da noite. Nunca esqueci, agora tenho uma segurança melhor e o negócio é fechado mais cedo. Ainda tenho medo, mas, mesmo assim, trabalho na casa de farinha. Eles, os ladrões, tinham roubado cinco malas com 5 kg de fotografias colecionadas.

De vila para um paraíso
por Gean Lucas da Conceição Mendes, 13 anos.

Pipa, um paraíso. Miguel e Laura foram viajar na região nordeste. No meio do caminho se perderam no mato e de repente os dois acharam uma pequena e úmida vila que não tinha muitos moradores. Laura que era muito inteligente pensou que aquela pequena vila poderia se tornar um paraíso por causa de suas belezas. Miguel pensou que poderia tornar aquele lugar grande e muito conhecido. Os dois pensaram em um nome para a vila e até que surgiu o nome Pipa e ficou a frase Pipa, um paraíso.

Lugar encantado
por Serena Cristina Deckers

Pipa, um paraíso. Neste lugar havia um grupo de duendes e fadas e eles faziam de tudo para o lugar se tornar um paraíso. Mas algo aconteceu de errado. Ao invés de tentar agradar os turistas, eles os assustavam achando isso engraçado. E as pessoas não conseguiam vê-los. Com o tempo, isso perdeu a graça e ficou sem sentido. Os seres mágicos aprenderam que maltratando e fazendo as pessoas tropeçarem não seriam legais, pois se fosse com eles, também não gostariam. Depois disso, Pipa virou mais do que um paraíso. E eles conseguiram identificar as pessoas felizes, brincando, curtindo e sem tristeza no rosto das pessoas. Porém um duende não conseguia se segurar e continuou fazendo travessuras.

O salvo pelo azar
por Nicolau Soares G. Parreira, 12 anos.

Pipa, um paraíso. Como todas as noites, Joaquim fazia seu passeio noturno na praia de pipa. Nesse dia ocorreu tudo bem e ele voltou para casa e foi dormir. No outro dia encontraram lixo tóxico na casa dele. Sua mulher mandou que ele se livrasse da tralha que tinha um aviso: “quem abrir morre intoxicado”. Já era noite e aproveitou seu passeio de sempre para se livrar do tal “entulho”. Ao chegar ao portão, uns bandidos pararam ele e pediram a sacola. Ele entregou. Três dias depois, foi encontrado morto o bandido mais perigoso do mundo e seu assistente.

Pipa, um paraíso
por Adaebson Santos da Silva

Pipa, um paraíso que amarei eternamente, de brisa forte, de chão quente. Praia linda, povo contente, São Sebastião protege a gente, na beira do mar, num sol de rachar a pele já ardente. Os barcos e o ócio, vida calma, mar morto. Moréias, tartarugas, tainhas, corós, sardinhas, golfinhos e peixe-boto. Fartura no fundo do poço, água doce e saborosa na cacimba-calabouço. - Anda logo essa fila! - Pega a água, não desfila! Antes era uma vila, hoje é um alvoroço.

Pipa, um paraíso
por Luiz Renato Almeida

Pipa, um paraíso - foi assim que se despediu do hippie argentino que vendia colares horríveis no centro para comprar maconha na Estrada da Mata. Ia, lhe pareceu, em direção a praia do centro num choro copioso. Era para lá que eu deveria ir, sem ter pensado ainda no que faria quando nos encontrássemos. Era como se tivesse que seguir seu cheiro no ar, suas pegadas nos paralelepípedos das ruas da vila. Era tardinha, desci tropeçando aquela ladeira por baixo da praça, por entre os carros estacionando e os flanelinhas extorquindo os motoristas. Quase corri. Parece que respirei só lá na igreja, ainda com as pernas tremendo, juntei nos bolsos o resto da coragem que me havia sobrado e rumei por entre as cadeiras e sombrinhas rumo a beira d’água de onde se via o céu chocando-se com a laje exposta. Aquela praia abarrotada me falava em dialeto intraduzível e sem sentido. Parecia impossível encontrar aquele rosto em meio a tantos. Desisti em resignação. Como um delinquente, caminhei por nossos passos até a Praia dos Carneiros, já quase noitinha, sem saber ao certo como voltaria. E naquele recanto em penumbra reconheci a assinatura dos nossos corpos ainda inscrita na areia pisada como sendo um só. Tudo recomeçaria, finalmente anoiteceu em Pipa, um paraíso.

A Última Terra Santa
por Abraão Lucas Silva Caminha

- Pipa, um paraíso que fora conservado por Deus depois da Grande Cisão – Falou o Elbaf ao grupo de defensores a frente – E vocês sabem porque ele fez isso? - Para mostrar que mesmo com tantos erros, Deus tem esperança no homem – Respondeu o grupo em uníssono. - E para dar motivo a essa esperança, o que vamos fazer, Defensores!? - Proteger a Terra Santa até o Ultimo dia - Então vamos homens, pois Deus esta do nosso lado, e com tal aliado, não há inimigo páreo! Então partiu os Defensores liderados por Elbaf naquela noite funesta contra a horda demoníaca que sitiavam a cidade. Muitos morreriam essa noite, pais, filhos, irmãos, e eles sabiam disto, e mesmo com todo o esforço, tudo poderia ser em vão, pois o Inimigo era feroz e implacável, e este era a Ultima Terra dada aos homens antes de Deus romper com eles e libertar os demônios, dando os homens o dever de protegé-la até o 13º dia do quinto ano após o rompimento. Hoje era noite do 12º dia, e por isso, eles viriam com tudo. Os Defensores seguraram o Inimigo com sangue e suor e quando o esforço parecia inútil contra a vastidão dos exércitos inimigo, uma luz brilhou no horizonte marcando o novo dia...

Pipa, um paraíso para poucos
por Débora Toledo

Pipa, um paraíso para poucos. Aqui é assim, muitos conhecem, amam e querem ficar, mas nem todos podem usufruir e desfrutar das belezas e excentricidades que a Pipa oferece por muito tempo. Ela acolhe todos que escolhem viver aqui e expulsa aqueles que saem da linha, perdem o rumo e a cabeça. Conheço muitos que vieram e já foram. Talvez Pipa seja mesmo um lugar passageiro, daqueles que você suga tudo o que pode e em algum momento vira as costas e vai embora. Muitos agem pensando em si próprio e não no bem à comunidade, querem se dar bem em todas as ocasiões e acabam à margem da sociedade, excluídos e desacreditados. Pipa é pequena e tem o lado bom e o mau nesse sentido. Conhecer todo mundo, deixar fiado na padaria e a janela de casa aberta pode conquistar quem viveu em cidades grandes, mas ter sua vida exposta e falada por todos pode incomodar. A oferta é grande por aqui: drogas, mulheres, bebidas... Tudo em excesso faz mal, quem não tem juízo perde a linha e acaba indo embora. Foge, corre e morre. Pra mim, aqui é sim o paraíso. Encontrei o meu lugar, me encaixei perfeitamente, cresço como pessoa e profissional e espero que seja assim com você também...

Lagrimas azuis
por Laiane Quirino

Pipa um paraíso abençoado pelos deuses, onde há muitos séculos atrás a deusa mãe Gaia resguardou sobre as areias da praia o seu corpo já cansado do sofrimento causado pela ganância do homem e o fardo da imortalidade. Todas as madrugadas ela desperta ao nascer do crepúsculo e dá a sua benção a natureza e assim renova o paraíso e o deixa radiante para o nascer do sol. Os anos se passaram e algo a machucava, ao despertar ela foi vendo o sofrimento da natureza, dos seres que lá viviam, e com isso seus olhos não queriam mais se abrir para ver o amanhecer a ela aceitou a sua derrota. Suas ultimas lagrimas de dor escorreram pela areia e seu corpo se misturou a natureza, no local onde ela jazia nasceu uma linda flor de tom azulado, a mesma só poderia ser vista no local ao nascer do sol. Essa foi à forma que a deusa encontrou para continuar protegendo aquele lugar, e quem sabe um dia reencarnar como uma humana e não sentir mais aquela solidão, esperando para que alguém a colha e deixe seu espírito voar até um corpo que a acolher-se. Deixou assim uma profecia que quem a encontra-se teria o dom e dor da imortalidade que lhe foi imposta.

É Pipa um paraíso?
por Diógenes Carvalho Veras

Pipa, um paraíso? Para descobrir você deverá julgar não somente com o olhar, mas através do paladar e também do tato. Isso mesmo, caro leitor e leitora! Degustando iguarias finas aliadas aos prazeres locais, frutos das delícias encantadas desse pedaço de lugar. O nome vem dos antigos barris que armazenavam a água doce dos hospitaleiros nativos, vistos no litoral desde as embarcações costeiras. Hoje, do alto das belas falésias, incrustadas de restaurantes exóticos e aconchegantes hotéis, aprecia-se o romântico Atlântico lá embaixo. Onde barcos coloridos e alegres golfinhos, fainam mansamente peixes prateados sob um sol vibrante. E enquanto a brisa nos acaricia a pele suavemente, ouvimos o farfalhar dengoso das árvores. Suas águas mornas contêm o sal suficiente para temperar nossa pele, sob os raios da tropicalidade. Mergulhar na Praia do Amor é renascer de paixão pela vida, embalado pelo burburinho gostoso das espumas marinhas, num eterno vai e vem a molhar a areia finíssima e alva. À noite, deliciar-se numa orla brilhante, repleta de sabores, músicas, e gente de várias partes do mundo. Para despertar na manhã seguinte sob uma mata tropical frondosa e natural, sombreada de silêncio e exuberante verde. Estanciar em Pipa é, enfim, emocionar-se! É desfrutar de um maravilhoso mundo do qual você recordará feliz uma fascinante experiência!

Pipa, um paraíso
por Gabriel Seabra de Freitas Medeiros

Pipa, um paraíso deslumbrante e clima especial que apaixona visitantes, com barracas a beira-mar, tartarugas e golfinhos nadando harmonicamente com ondas que vinham, uma após outra. O espetáculo girava corpos ao luar, a bailar na rua movimentada ate o Sol nascer, outro dia. Eu, que cheguei ao paraíso, presenciei um astral sensacional, e resolvi não voltar só. Vim a Pipa e não saiu sem ela.

O Lobo e a Sereia
por Roberta Alencastro Veiga


Pipa, um paraíso onde o amor impera. Há 22 anos, nascia o Lobo da Estepe. De coração puro e alma livre, o lobo vivia por aí a uivar e preencher de mistério e beleza as imponentes falésias da Pipa. No dia de seu 22º aniversário, revoltado com erros, injustiças e futilidades da humanidade, resolveu uivar do mais agudo ao mais grave som, veemente em ser aquilo o que é: um selvagem aprisionado pelas vestes da realidade. E por não se encaixar, no ímpeto, saltou do alto das falésias. De encontro ao mar, sem hesitar, nadou em direção a Lua, na desesperada fuga de si mesmo. Imenso era o desconforto e tamanha a vontade de mudar que ele se deparou com uma distante e suave voz. Encantado, decidiu mergulhar. A forte incidência luminosa da lua o fez avistar uma linda mulher. Sentada em um grande coral com sua reluzente e sedutora cauda, cabelos envoltos por peixes multicoloridos e completamente segura de si, ela o fitou com um olhar íntimo, transmitindo o tão desejado conforto. Fascinado pela imagem e tudo que representava, sentiu como se toda busca estivesse ali. Sorriu. E pleno de si, agradeceu. Mas sob o efeito da falta de ar, logo desmaiou. Ao acordar, era um novo lobo. Foi tudo um sonho?

Na Razão e na Loucura até que Morte  os separe
por Epitácio de Andrade Filho


“Pipa, um paraíso”, sussurrava Inácio, à beira-mar, entre baseados. Imaginando envolver-se numa louca investida contra manicômios. Em tempos imemoriais travou-se em Curral Velho, uma polêmica envolvendo os alienistas: Sebastião Corcel, especialista em antropologia criminal, e o Alienista Holandês radicado na Praia da Pipa, Inácio Haddad, fundador do ELPOC (Exército Libertador dos povos da caatinga). A luta foi pelo controle do serviço manicomial, Corcel era proprietário da Casa Amarela, grande manicômio sertanejo. Não foi por essa razão que ganhou notoriedade, mas por sinistros nunca dantes registrados na história manicomial. Entre os aliados de Corcel estava o barbeiro Benício. A realidade se confunde com a ficção machadiana pela semelhança de conflitos. Ambos apresentavam idéia obsessiva de encontrar mulher perfeita. Inácio iniciou namoro com Eva sendo convencido por Corcel a interná-la na Casa Amarela. Amarrada durante dias teve trombose numa perna sendo orientada por Benício a procurar Navalhada, barbeiro-cirurgião que lhe amputou o membro. Inácio resolveu denunciar o manicômio, a Corte interfederativa de direitos que sentenciou seu fechamento. O sacristão Flopes responsável por “correr matraca” e quem recebeu ordem de fechamento, chamando Inácio e Corcel. Para surpresa de Flopes, os alienistas o convidaram para celebrar sua união homoafetiva.

É uma vez um povo...
por Fabián Ostropolsky Chaves

“Pipa, um paraíso”, assim devia começar o relato, e assim foi. Aquela manhã não tinha equívocos, ou simplesmente tudo era imprescindível. Os golfinhos ensinavam a suas crias a mais natural das naturezas, e eles pulavam e pareciam rir. Com sua caneta meditando entre os dois dedos, aprofundou no conceito de “obediência”, sem saber bem por que. A lua já sorvia a maré com paciente sede, e calmava as ondas em um verde quase azul, o vice-versa. “A beleza é quase absurda”, disse-se, enquanto o sol brincava com o seu reflexo na areia, um tanto úmido pela dança que teve com a água seis horas atrás. “Infinito”, pronunciou pausadamente, surpreendido por se surpreender dessa obviedade. O ar se entibiava ao redor de si mesmo, fazendo esvoaçar sua folha quase em branco; as falésias aguardavam imortalmente que nada sucedesse; as nuvens se estreitavam, se acumulavam ou permaneciam quietas, de acordo com a atenção que ele lhes dava; caíam ao seu lado folhas de uma mata que as desterrou para sempre; borboletas ecléticas vagueavam seu mate. E ele emocionado, com a tinta calada. “Pipa, um paraíso”, disse-se, apagando os olhos, com a morna sensação de não entender se devia participar no concurso. Ou não...

Pipa, um paraíso
por Aline Maia

Pipa, um paraíso… Ele pensou enquanto espremia as mãos contra as pedrinhas da falésia. Alí, sentado com os pés soltos no ar, disse a si mesmo que voar como uma pipa, na verdade, não parecia tão mal. E depois, no chão, virar areia de praia. Tudo o mais o mar levaria, lavaria. Lembranças. Uma tarde brincando com primos na infância, um sorriso de uma colega da faculdade. Uma conversa com um professor que se incomodou com seu silêncio. Tudo normal, respondia sempre que lhe perguntavam. Estava normal. Haveria algo mais terrível do que ser normal? O sol ardia nos olhos, nos ombros. Isso aliviava. Como contornar a inevitável realidade de que era mais um entre tantos, sem nenhum talento especial? Uma vida fatalmente comum. As pequenas alegrias o haviam tentado num passado que agora parecia muito distante. Uma menina brincando de catar peixes destinados a morrer nas locas de pedras quando a maré secava. Apanhava os peixes fazendo conchinhas com as mãos e corria para o mar. Estava salvando vidas. E por um segundo, a esperança de ver no mar mais do que um amontoado de águas se anunciou. Melhor ser como uma pipa, e depois, não ser? Seria uma versão do paraíso.

Pipa, um paraíso
por Clarissa Penido 

Pipa, um paraíso com suas falésias imponentes moldadas pela ação do vento e do mar, Diz uma lenda antiga: Foi em um dia nublado que do alto do mastro gritou um marinheiro: terra à vista! a tarde caiu e com a noite veio uma enorme lua, linda e brilhante refletindo sua beleza e de longe todos puderam admirar um paraíso no meio do mar. No dia seguinte o comandante Américo desceu com sua tripulação de dia exploravam e a noite se encantavam. Numa noite a lua já estava minguando e um som levou Américo para o mar, seus homens gritavam e não entediam mas ele não parecia escutar, enfeitiçado parecia estar, foi quando dois marinheiros no pequeno barco entraram e o seguiram, e avistaram uma moça com cabelos longos e cacheados de beleza incalculável no meio da água que de tão calma nem parecia o mar. Os dois também se enfeitiçaram desceram do barco e Américo acompanharam, logo em seguida mais homens da tripulação se lançavam ao mar tentando desesperadamente seus companheiros salvar, a meia dúzia de homens que no navio permaneceram assistiram a tudo e morrendo de medo partiram rezando. De longe, criaram coragem e olharam para a costa, viram um coração se formar na areia do mar e as sereias a dançar e cantar em cima dos corpos dos marinheiros que enfeitiçados pensaram que iam amar e morreram no fundo do mar.

Paraíso
por Ursula de Lima Barbosa

Pipa, um paraíso que nutre os mais profundos imaginários... E assim, de tanto vagar, como um pensamento sem dono, o rapaz cosmopolita encontrou seu lugar nas águas cálidas de Pipa. Este habitat refletia a essência do seu espírito ainda a lapidar, mas, estar ali fazia seu sentido se confundir com toda aquela beleza, que de tanto interagir, tornou-se parte daquele paraíso. Os cabelos deixou-se desvairar, como as falésias, que de tanto olhar não se sabe até onde chegaria, ao céu desnudo e oblíquo talvez... E de tanto dourar já se entrevia entre o sol e o luar. O jeito corriqueiro, repetido e absorvido pela euforia de outrora, já cedia lugar ao atemporal, à liberdade que se tinha outorgado, ao esmero das ondas que ao pôr-do-sol se põe a tragar, e ao cair da noite, deixava-se desvanecer nela como quem não tem pressa de conhecer o próximo capítulo. De tanto deixar-se levar, como os golfinhos da enseada, que se diverte ao vislumbre dos que chegam, buscou encontrar um reflexo de si mesmo, pois entre as baías, falésias e mar, entre a verde relva já se encontrara, mas faltava algo pra debruçar-se. Por fim, encontrou o que revirara em meio à bucólica paisagem! Uma nativa de lá, e agora jamais ousará deixar esse lugar...

Pipa, um paraíso
por Giovanna Giovanini

Pipa, um paraíso aonde caminho pela praia à procura de algo para fotografar. As ondas do mar estão agitadas. Decido sentar e ouvir o barulho. Fotografo as ondas quando vejo golfinhos. Decido molhar os pés. Volto a caminhar. Ouço conversas. Um grupo se aproxima. Aguardam o pôr do sol no chapadão. Me aproximo. Vejo olhos em minha direção? Não! São apenas meus pensamentos que anseiam pelo encontro daquele olhar. Caminho em direção à fogueira. Sinto mãos em minha cintura... Não. É meu corpo que almeja seu toque. Sento-me no tronco da árvore caída e ele vem em minha direção. Sinto meu coração bater, mãos a transpirar. Sim, você vem em minha direção. Me segura e me puxa... Já não caminho. Deslizo em direção ao paraíso. E num segundo percebo que estava à sua espera e que nosso encontro já estava marcado. Eu que custei a acreditar. Naquele instante percebo que o tempo pode congelar. Da mesma maneira que ao olhar uma foto vemos uma imagem. Abro os olhos. Ainda vejo o seu olhar em minha direção e aquele momento ao redor da fogueira ficou guardado no álbum de fotografias. Novamente, suas mãos me puxam para junto de si. Fecho os olhos e volto a sentir o calor que queima dentro de mim.

Pipa, um paraíso
por Wanessa Alves

Pipa, um paraíso. Olho em direção ao mar e vejo-a caminhando na espuma rasa entre as ondas. Segurando a prancha com os cabelos longos, de corpo bronzeado, ela desliza nas ondas e nenhuma delas podia tirar sua beleza. As ondas se abriam e ela passeava como se fosse o sol entre as nuvens. E o vento trazia o cheiro suave do seu corpo contra as falésias. E tudo à volta era lume das águas. A dois passos do mar fiquei sentado, sorrindo, apenas admirando tudo à minha volta. Senti meu corpo tremer quando a vi vindo em minha direção com um sorriso que substituía mil palavras. Nenhuma palavra precisava ser dita. Era como um encontro de almas. Não sabia nem o que sentir. Era um abismo de sensação. Ao abrir os olhos ela continuava nas ondas surfando, e tudo era apenas um desejo.